quinta-feira, 21 de junho de 2012

Arrependimentos




Eu não escrevi a canção que te emocionou,
nem estava a seu lado para enxugar a lágrima,
aquela audaciosa que rolou por sua face,
Aquela lágrima não fui eu quem causou.

Eu não estava ali quando sorriu,
Não me contagiei com sua alegria,
Não me comovi com o que não vi...
nem ali estava para te presentear com poesias.

Eu não estava lá para ouvir teus segredos,
também não estava lá para segurar sua mão,
nem para te ajudar a superar teus medos,
nem para ser a luz na tua escuridão.

Eu não estava ali para te ver sonhar,
e depois realizar o sonho,
eu também nao estava lá para contigo lutar,
e combater desse mundo os demonios.

Não, eu não estava lá, na tua vida.
Antes de ti, alguém veio risonho.
Antes de ti alguém destruiu o meu coração.
Antes de ti alguém acabou com meus sonhos.

E então me enclausurei dentro de mim,
fechando os olhos para todos e para tudo.
Querendo esquecer o que a vida fez de mim...
querendo esquecer do mundo.

É eu não estava lá quando choveu,
quando as luzes se apagaram
quando deu seu último suspiro.
Quando seus olhos fecharam.

Eu não sabia que a vida tinha outro amor para mim.
Eu não sabia que poderia voltar a sentir.
Assim, essa história eu perdi.
Porque decidi não existir.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Ei Pablo Neruda




Ei Pablo Neruda,
Que dirias tu,
Grande amante do amor,
Se visses a realidade?

Se Matilde não te amasse,
E teu peito dilacerasse,
E so restasse a dor,
Simplesmente dor.

Ah Pablo Neruda.
Se tu olhasses esse meu coração,
Tu verias em quanta solidão
Ele se afunda.

Certamente pensaria ao compor,
Os teus versos de amor,
Que ecoa ao coração,
São doces versos de ilusão.

Ah Pablo Neruda.
Não há nada que te confunda.
Pois no teu peito nasce o amor,
Isto é certeza absoluta.

Ah Pablo Neruda,
Acorda não durma não.
Pois nos teus versos nasce o amor,
E nos meus nasce a solidão.

Minha Missão


Cecília,
Eu também não era assim tão triste,
Foi a solidão, com o dedo em riste,
Na minha face, que me prendeu nessa ilha.

Eu também não tinha essas mãos marcadas,
Os dedos machucados de tanto escrever,
A garganta ferida de tanto segurar,
O choro que queria chorar ao anoitecer.

Eu também não tinha os olhos manchados
De tantas lagrimas de dor.
Nem o coração dilacerado
Pelo sentimento de amor.

É querida,
Eu também não tinha essa penumbra no olhar,
Esse falta de viver na vida,
Eu também queria sonhar..

Mas veio ele com sua maldade,
Zombou da minha inocência, foi verdade!
E me enganou. Foi o amor, usou seu lado mortal,
E me aprisionou nesse mal...

Hoje sou assim, quase nada, quase tudo.
Anciã sem vontade na vida, consumida nesse mundo,
Com um simples missão noite e dia,
Mesmo sofrendo, mesmo chorando, mesmo aos prantos,
Pelo mundo rondando atrás de alguma alegria.
Minha missão nessa vida é fazer poesia.


 


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Não Esqueça de Mim



Um dia eu irei,
De encontro àquela luz que brilha no horizonte,
Sobre a qual tanto poetizei,
Sobre a qual meus sofrimentos derramei...

Levarei a certeza de que as lágrimas que derramei
Foram verdadeiras, e que não enganei ninguém...
Levarei no peito a dormência...
Um dia, nesse mundo, eu amei alguém.

Mas deixarei no mundo, pelos cantos,
Aqueles risos (dos momentos em que fui feliz)
As rimas perfeitas (quase inacreditáveis) dos poemas que fiz...
As marcas únicas que deixei por ai, em prantos...

Sofri tanto, sorri tanto,
Do extremo da dor.
Ao extremo da alegria,
Capturando, sequestrando no meu coração os mestres da poesia.

Um dia eu irei ao encontro daquela luz que brilha,
No horizonte sem fim...
Deixarei um nota no rodapé...
Por favor, mesmo que eu vá, não esqueça de mim.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eles...



Eles me deram um choque de realidade,
Tiraram dos meus olhos a venda que me cegava,
Colocaram-me frente a frente com a verdade,
Eu que em nada disso acreditava.

Rasgaram, picotaram e jogaram ao vento.
A cortina feita de sonhos que cobria minha janela.
E deixaram outra vista aparecer- onde a tristeza impera.
Onde tudo é só sofrimento.

E obrigaram-me a aceitar essa atmosfera
Pegajosa e pesada de tanta hipocrisia,
Todos presos dentro de uma esfera,
Representando, atuando em sua própria vida.

Quis fugir, e escrevi, e sonhei e lutei, e poetizei.
Mas vieram eles cheios de realidade,
E me fizeram chorar, eu chorei,
Para os sonhos na realidade não há lugar.

E me ridicularizaram, e riram das minhas rimas.
E me disseram que o mundo é cruel, não perdoa,
E viver imersa em sonhos, não é uma boa.
Mas eu grito, eu resisto em nome do meu mestre Pessoa.

“Não importa quanta realidade cruel vierem eles me mostrar,
Toda noite, todo dia,
Farei da minha cama um poema,
E sobre os meus travesseiros sonhando, farei para sempre poesia”.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O poeta


Só mesmo o poeta,
Para sentir tristeza e alegria,
dentro de um mesmo coração,

para chorar lagrimas de felicidade
e solidão, ao mesmo tempo...

Só mesmo um poeta pode,
absorver da vida, das palavras,
das flores, do céu, do amor.
o que para os outros mortais nao é perceptivel...

Agradeçamos pois aos poetas...
por em palavras, nos trazer toda essa dualidade...

Apaixonada

Uma vez mais,
apaixonei-me por esse azul que o céu exibe,
por essa brisa que vaga por entre meus cabelos,
Por esses pássaros que voam no céu, livres.

Cai de amores pelo riso das crianças,
viajei nas histórias contadas pelos idosos,
coração palpitava, a boca secava, as mãos suavam...
era uma nova vida, mesmo sendo a mesma vida.

Iludi-me novamente com o verde das árvores,
chorei de emoção ao vê-las dançar inteiras para cá e para lá...
Arrepiei-me com o toque da água, límpida e fria...
E feliz deixei-me vagar...

Meus olhos encontraram um brilho mais lindo que podia ver,
Meus sentidos se aguçaram, eu queria tanto ter...
Ai que a paixão me arrasta, essas estrelas me encantam
e o brilho da lua cheia me tatua no peito esse amor....

Sim, porque novamente me apaixonei,
Novamente posso declamar meu Senhor,
Esse presente que você me deu é magnifico,
E pela vida novamente declamo o meu amor.

terça-feira, 5 de junho de 2012




No fim 
Somos corrompidos  pela falta daquilo que precisamos e não temos 
Somos corrompidos pela falta de amor 
Pela tristeza infinita 
Que eclode no coração em dor, 
Como um tumor de ação rápida dolorida 

Esses desejos de felicidade, que nos leva ao limite 
O que somos capazes de fazer para preencher esse vazio?! 
O que seremos capazes de fazermos enquanto vivos 
Para sermos felizes e amados?! 
Tudo.