quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eles...



Eles me deram um choque de realidade,
Tiraram dos meus olhos a venda que me cegava,
Colocaram-me frente a frente com a verdade,
Eu que em nada disso acreditava.

Rasgaram, picotaram e jogaram ao vento.
A cortina feita de sonhos que cobria minha janela.
E deixaram outra vista aparecer- onde a tristeza impera.
Onde tudo é só sofrimento.

E obrigaram-me a aceitar essa atmosfera
Pegajosa e pesada de tanta hipocrisia,
Todos presos dentro de uma esfera,
Representando, atuando em sua própria vida.

Quis fugir, e escrevi, e sonhei e lutei, e poetizei.
Mas vieram eles cheios de realidade,
E me fizeram chorar, eu chorei,
Para os sonhos na realidade não há lugar.

E me ridicularizaram, e riram das minhas rimas.
E me disseram que o mundo é cruel, não perdoa,
E viver imersa em sonhos, não é uma boa.
Mas eu grito, eu resisto em nome do meu mestre Pessoa.

“Não importa quanta realidade cruel vierem eles me mostrar,
Toda noite, todo dia,
Farei da minha cama um poema,
E sobre os meus travesseiros sonhando, farei para sempre poesia”.

2 comentários:

  1. Muito bom minha cara... parabéns!
    Dizem que só peixe morto nada a favor da correnteza, nunca perguntaram ao peixe e ele estava morto...
    Muitos querem nos dizer o que devemos fazer, como queremos fazer, mas poucos são capazes de imaginar os dois lados de uma percepção... e pouquíssimos têm coragem de nos perguntar se estamos realmente mortos, ou se estamos apenas deixando fluir!

    Feliz é o peixe que nada...

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