quarta-feira, 25 de julho de 2012



Não chores anjo meu,
Se chorares as estrelas perderão o brilho
Eu perderei meu eu,
Os pais perderão seus filhos,

Se tu chorares será um insulto.
As rosas não desabrocharão
As árvores não darão frutos,
Não correrá sangue em meu coração.

Oh anjo meu,
Se tu chorares assim
Rios correrão de teus olhos,
E a terra chegará a seu fim.

Não chores querida, não chores assim.
Vem comigo rir da vida,
Vem ser uma flor bem florida.
Venha sorrindo fazer parte de mim. 

sábado, 14 de julho de 2012

Melancolia


Melancolia



Essas feridas que deixastes em meu coração,
Latejam a cada dia nublado,
Doem nessa tua ausência.
-Eu não estou a teu lado.

Essas malditas feridas que deixastes em meu peito.
Latejam diariamente, sob esse efeito.
A melancolia que vem de repente
Essa saudade cruel que me turva a mente.

Malditas feridas são essas
que rompem qualquer recordação.
Maldito seja esse sentimento,
Que superaquecem meu coração.

Eu não consigo suportar,
Porque são levastes contigo essa história,
Porque só ficou em minha memória.
Essa minha triste trajetória de amar.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mágoa


Vocês reles mortais...
Que acham que podem fazer ao meu coração?!
Vocês que apenas mentem demais...
Acham agora que podem me envolver em sua ilusão?

Lamento, mas não sou mais apenas um corpo,
Eu agora tenho ampla noção de espaço, tempo e cor.
De hoje em diante prefiro estar morto.
A acreditar cegamente no amor!

Vocês criaturas inacreditáveis.
Acham que são memoráveis,
Acham que são incomparáveis,
Acham que são indecifráveis.

Mas já compreendi seu campo de atuação.
Nesse teatro onde você se graduou meu amado.
Eu tenho mais que graduação.
Eu tenho pós-doutorado.

Aprendi a duras penas...
É um jogo, onde se brinca com a paixão.
Eu aprendi a brincar...  (eu, eu, eu)
E brincarei, com o vosso coração...
Assim como vocês brincaram com o meu. 

domingo, 8 de julho de 2012

Poetisa




Poetisa

Eu vivo sozinha.
Se me perguntas por que, não sei quem falou.
E sigo a linha.
E curvo os olhos- assim tão sozinha.
-Porque poetisa eu sou.

Se algum homem me procura
Pouco lhe agrada,
Pois falo sou fada
Das noites escuras.

Meus olhos lhe veem
Tal como tu és.
Emite na alma- eles leem.
Te calcam os pés.

Se alguns dos belos moços,
Não foge de mim..
Me diz: “ Tu és bela, não posso tocar-te por fim.

Eu antes prefiro quem diga tolices,
Quem cantes sandices,
E ria de mim, mesmo com a fria brisa.
Perdão os teus olhos me assustam Tu és poetisa.

Meus lábios rosados,
Desejo desperta, eu sei.
Meu corpo delgado,
Poucos sãos os que não veem- também sei.

E por isso se algum moço belo,
Não me foge os passos,
Me diz: “ Tu és bela, mas por outra eu zelo.

Eu antes prefiro no riso tão solta.
O corpo tão natural e a mente concisa.
A paixão já revolta.
Tu não. Isso tu dominas- Tu és poetisa.

Minha pele é como pétala de flor.
É alva como lírio.
É sedenta de amor
E te causa delírio.

E se o moço lindo
Não foge de mim.
Me diz: “ tu és bela” –Sai sorrindo.
Mas não és para mim.

Antes eu prefiro uma pele fogosa
Corada- que visa.
Que me seja uma rosa
Tu não. Tu és poetisa.

Meu seio encurva, belo e rosado.
Como eu falo de flor,
Sou bela, sou doce, mas não sou amada.
Suspiro tristonha, eu quero amor.

E se esse moço belo
Não foge de mim
Fica logo amarelo
E me diz assim:

Teus versos estranhos, me fazem sofrer
Teus risos medonhos me fazem tremer na escuridão.
Teu toque suave me leva a morrer
Tuas palavras ambíguas me fazem confusão.

Mas prefiro ainda,
A bela que sorri
Inocente tão linda,
E não vem a me destruir.

Tu não, tu não tens leito.
Vaga ao longe, no vento e na brisa
Tu não, tu não tens jeito.
Tu és poetisa.

Eu vivo sozinha, chorando
Sou como Marabá que precisa,
Na vida viver amando.
Eu, eu sou poetisa.

terça-feira, 3 de julho de 2012

o homem que passa



Meu Deus, tende piedade desses olhos- os meus,
Que olham o homem que passa.
Sem camisa pela praça
Forçando os musculos assim
Tanto que me deixa sem graça.

Tende piedade destes lábios
Que desejam beijar os lábios do homem que vagueia
Desnudo,  pés descalços na areia,
E sorrindo se deixa levar pelo momento.

Tende piedade dessas maos libidinosas
Que percorrem e querem percorrer
O torso, o peito, as costas
Daquele homem que passa.

Meu Deus tende piedade deste coração.
Que bate acelerado no peito,
Sufocando o sono, trazendo insonia, não tem jeito.
Caçadora que sai em busca da caça.
Tendo por presa,
Aquele, aquele homem que passa.

E eu me pergunto senhor,
Como conseguiste por,  traçou e ainda traça
Em linhas tantos pecados, traçando um único ser.
Naquele homem que passa.





Como pode haver tanta maravilha, raça.
Esculpida, na pele, no jeito, no riso, no andar.
E vem o desejo de desvendar
Os mistérios do homem que passa.

Ai meu deus piedade, absolvição.
Pois eu entro na conversa
E se esse homem não presta
Mesmo assim caio no seu jogo de sedução.

E eu me envolvo e quero sentimento
E penso estar apaixonada é real,
Sinto o querer, e quero
Sentimento sim, nada artificial.

Mas piedade da minha alma senhor.
Pois o encanto se dissipa
Quando do outro lado da praça,
Eu vejo o outro homem que passa...

A chegada do poeta


Há na roda um homem comum,
Não há lagrimas em seus olhos
Terror nenhum,
Está calmo, tranquilo.

Cochichos ecoam pela roda,
A muitas pessoas incomoda,
E lhe dizem: Não parece poeta.
Ele responde: Mas sou poeta.

Então onde estãos
Seus olhos sonhadores
Seus muitos amores
Em meio a multidão?

Onde está a dor que atormenta,
O riso louco que te sustenta,
O modo insano de pensar
A fome de poesia que nunca parece saciar.

Onde estão suas rimas perfeitas?
Seu gesto complacente?
Como estás? Parece que não sente
Com nada te deleitas.

Sucinto o poeta responde:
Não sou responsável
Por estas definições
E sim a poesia.

Pois não sou eu quem vive nela
É ela que vive  em mim.

De mim só posso dizer,
Que sou receptor que vai acatar
As ordens que a poesia do universo me dá.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Alguém cantando...



Alguém que cantava longe daqui
Distante dessas prisões
Cantou todas as minhas dores,
Todos os meus amores,
Todas as minhas ilusões.

Alguém que cantava distante,
A voz desse certo alguém,
Cantou toda minha vida- cantou para mim.
Mesmo quando parecia que não cantava para ninguém.

Cantava tantas baladas,
De dor, de tristeza, de solidão.
Cantou toda a minha emoção
Perdida nessa imensidão.

Era a voz de alguém
Que cantava com tamanha dor.
Machucado, perdido no mundo.
Sôfrego, trêmulo e mutilado pelo amor.

Alguém lá no horizonte,
Cantou toda a dor que é minha,
Percebi então...
Alguém cantou me dizendo
Que eu não estou tão sozinha.