terça-feira, 20 de novembro de 2012

Devolva-o



Uma única ideia permanece de pé.
Um arrepio percorre a espinha
Em cima da mesa uma carta
E pétalas vermelhas daquela flor- que você esfacelou.

Esquivo-me. O papel me atrai.
Engano-o, mas é mais forte.
Capta minha atenção.
É tarde, tenho o papel nas mãos.

Sinto a minha expressão mudar.
Espanto, suspense, explosão.
Desce-me quente pelo olhar
Lágrimas em profusão

Silêncio. É o anúncio da partida.
O mundo parou.
Silêncio. Lá foi você minha vida.
O relógio na parede ficou estático.

Sabia que tinhas partido. – O papel só confirmou.
Sabia que não restavam vestígios teus.
Mas não sabia que deixarias o teu coração
E que levarias contigo o meu...

Devolva-o. 

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