quinta-feira, 18 de abril de 2013

Natureza Morta




Eu vejo Rembrandt
Eu colho maçãs.
Eu faço uma natureza morta.
Eu vou lá no alto
Na mesa um vinho.
Os copos de aspargos.
Eu me sinto sozinho.
Na TV. O quê?
Passa Tarantino.
Na rádio retrô;
Canções do tempo do meu avô.
Reconheço Ray Charles.
São cinco da tarde.
Do dia 02 agosto.
E ainda tenho seu gosto,
Na minha boca.
E teu toque no meu corpo.
Faz tanto tempo que tudo passou.
Mas eu fiquei.
Como uma natureza morta.
Numa tela de Rembrandt.
Vou me recuperar do abandono amanhã.
Mas talvez eu postergue este dia.
E eu beba mais vinho.
Nesse clima retrô
Ouvindo as canções do tempo do meu avô.
Eu estou tão sozinho.
Poeta que sofre eternamente
Pela perda do seu amor.

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