quinta-feira, 4 de abril de 2013

No catre



Brilham vagalumes numa noite nebulosa.
Cigarras cantam afinadas, líricas canções.
Dentro da sala a luz é refletida pelos cristais...
Sobre a mesa os castiçais.

Brilham também outros pirilampos,
Chamam  noturnas corujas.
Os pernilongos amaldiçoados
Sugam o sangue do sujeito,
Debruçado no catre duro e frio.
Quase inerte e vazio. Sem alma.

Correm, fogem, escapam os passarinhos.
Para seus ninhos com medo da chuva.
E eu?
Eu permaneço debaixo das gotas gélidas,
Observando o brilho dos vagalumes, pirilampos.
Ouvindo o canto das cigarras líricas
Inserida nesse cenário pitoresco
Tecendo odes às pobres almas
Dos sujeitos que se deitam
No catre.

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