domingo, 27 de abril de 2014

Convertido em um corvo

Abri o peito.
às vezes o dia fica assim bonito,
céu azul
sol quente.
às vezes penso que meu pássaro tem de
ser livre.
Não um simples prisioneiro em mim.
Meu corpo é sua limitação,
uma prisão macia,
ainda assim uma prisão.

Então o deixei sair.
provar da liberdade rotineira
do espaço pra voar que pode ser grande demais.
Ele andou um pouquinho,
abriu as asinhas
e voou.

Eram cinco da manhã quando ele retornou,
eu deitada de bruços e ele
abriu um buraco nas minhas costas e
entrou.
Mas já não era um pássaro comum
havia se convertido num corvo.
Pobre do meu passarinho,
tornou-se também um devorador.

Cadeados de amor



Foram os cadeados.
Foram as chaves jogadas nos rios.
foi o clique, 
do cadeado se fechando,
se prendendo a um pedaço
de ferro numa ponte qualquer.
Foi o sonho e a promessa que eles fizeram a si mesmos
pra sempre,
pra sempre sussurravam entre si,
queriam-se!
Prometeram-se.
Comprometeram-se,
pertenceram-se.
Esqueceram- se de si mesmo.
eram dois seres em um, 
sem individualidade,
sem querer próprio,
cansativo.
Eram cadeados presos na ponte.
Duradouro,
mas presos.
ali inertes.
e quando a chuva caia...
e a água em contato com o cadeado,
a ferrugem
estragando.
Mas ninguém podia sair.
Estavam presos.
Por que as pessoas esquecem,
senhor
que o verdadeiro amor
é compartilhar a liberdade.
Sem cadeados, por favor!

sábado, 26 de abril de 2014

Aos 45 minutos

Siga em frente.
A lógica é acreditar que você não está sozinho,
sempre leve com você
papéis e canetas.
Quando o medo apertar escreva.

Siga em frente
Louco na sua própria escuridão
fome de devorar qualquer coisa
cuidado para não devorar as mãos..

Não haverá lugar suave para repousar os pés
gueixa nenhuma virá debruçar-se sobre ti
com nenhuma arte sexual...
a vida é mais banal e trivial do que isso...

Siga em frente,
nesse caminho
você ouvirá muitos murmúrios
vai olhar pra trás
não vai ver nada.
Não se assuste tanto, são seus próprios murmúrios.

Você terá tido um grande sonho,
terá deixado seu nome em algumas mentes
terá vivido como manda o manual,
ser uma grande pessoa.

E então lá pelos 45 minutos do segundo tempo
quando seus olhos encontrarem as nuvens
e o céu chorar sobre você,
vai ver que nada nisso fez sentido.

Um único sonho enquanto você podia ter tido vários
Um único
caminho enquanto você podia ter seguido tantos
Um único triste rosto cansado,
Enquanto você podia trazer algumas marcas de sorrisos.

Então sente e lamente,
é sempre tarde
pra quem tem certeza de tudo.

Sim, baby, sozinha.

Aprendi a ser só meu bem,
e não havia outro motivo
Um dia eu olhei ao redor
e não havia ninguém.

Eu aprendi a ser só baby,
foi preciso,
eu era um ouriço cheio de espinhos
eu era um diamante não lapidado, o risco era alto
de ficar perto de mim.

eu aprendi a ser só sunshine.
porque as pessoas faziam barulho demais
rasgando suas bocas
num riso que eu não compreendia
aquilo nunca me pareceu real.

Eu aprendi a ser só docinho,
sozinha
com tantas de mim
dentro de mim...

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Como o fim dos dinossauros

Fiquei olhando o céu.
Uma chuva de meteoros poderia cair.
Como aquela que dizimou os dinossauros.
Eu tenho uma melodia para esse momento.
Olhando o céu eu desabotoaria os primeiros botões da minha camisa.
Sentir algum calor...
O céu todo em chamas.
Continuaria deitada
Cabeça pra baixo
Cabelos tocando o chão
Pessoas correndo.
Gritando.
Se desesperando.
Sobrevivência.
O mundo ia passar pra mim
Em câmera lenta.
Sou a que admira a destruição.
Na minha mente nenhum filme passará.
Eu apenas observarei o terror...
Algo maior está vindo...
É o inferno?
É a falha...
Eles tentaram lutar
Sobreviver
Mas os dinossauros foram instintos
E depois que tudo queimar...
E que os restos forem apenas cinzas...
Eu andarei ainda sobre o mundo...
Porque eu já me fui há muito tempo
Quando eles ainda atendiam ao telefone
Sorrindo...

Como uma estrela


Viver eternamente nas estrelas
na imensidão que admiro
orbitar com uma beleza sutil
peculiar.
Viver eternamente.

E o céu não choverá mais sobre mim,
e eu serei a luz
quando o sol se apagar
eu continuarei a brilhar...
e viverei eternamente.

A chance, a mudança
o big bang
é no espaço o meu encaixe.
Não em braços
não em camas
não em perfeitas pinturas
nem em citações
Eu sim, viverei para sempre.

Não lembrarei dessa vida que não pedi
não levarei o que não consegui cativar
meu negativo foi grande demais....
mas é lá.
No céu,
como uma estrela
que eu viverei eternamente.

domingo, 20 de abril de 2014

O mundo vai acabar na perfeição deles

Creio que o mundo já, já vai acabar.
Eu tenho visto artificiais seres caminhando pela rua.
Seres que não olham mais pra lua.
Humanos? não sei! Mas o mundo já, já vai acabar.

Esses seres são perfeitos demais
Eles nunca sofrem...
Eles nunca apanham
Eles nunca leram o poema em linha reta.
Eles sequer leem.

Esses seres me assustam,
Refletem uma sintonia, uma harmonia
semelhante a de um deus.
Não admitem ter marcas da vida.
Porque eles são forte demais.

Eles não são mais humanos
evoluíram para um nível acima disso,
eles abandonaram a condição,
assim como eu abandonei meu coração,
mas continuei
imperfeita.
Eles alcançaram a perfeição.

Imagino então,
um dia em que esses seres
atravessem as ruas,
cegos em si mesmos
e sejam atropelados.

Eles se levantarão,
eu verei suas marcas,
eu verei suas sequelas,
mas ele dirão que não.
Nunca foram atingidos.

Não gosto dessa evolução.
Desses seres mascarados,
de suas bolhas maravilhosas...
Que todos eles explodam
e que o mundo acabe já!
Para eles.
Pra mim sempre vai continuar!
Porque eu ainda sou uma maldita humana.

Welcome to my brigde

A noite é escura,
a brisa é fria,
a luz é parca
é pouca.
a correnteza embaixo da ponte
é forte.
é a mais forte que já vi na minha vida.

Mas naquela correnteza
as águas não perdoam as pedras,
Passam por cima,
e lá embaixo, onde a água é calma
nadam e vivem os peixes.

Observe.
O céu acima é escuro.
promete chuvas
tempestades
ameaças.
Mas gente como nós
está acostumada com a chuvas.

E então eu convido,
sente-se.
então a gente senta
na borda da ponte,
e olha pra baixo
e olha pra cima.
A gente tá no meio do mundo.
Só olhando o que acontece.
sem medo e sem pressa.

Bem vindo à minha ponte.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mas caso eu te esqueça...

Todo mundo lembrará você
todo mundo um dia ou outro
vai lembrar daquele cara.
a luz faz lembrar você
o movimento de rotação,
noite, dia, noite e dia.
Você.

Seus gostos lembrarão você.
E os rostos capturados
pelo teu olhar lembrarão e pensarão
e tentarão esquecer esses olhos
Impossível
Eles não esquecerão.

Ternamente, como quem dá um abraço,
ou amavelmente como quem admira
como quem olha um lago de aparentes
águas calmas
Quem sabe o que por debaixo há?
Todos lembrarão você.

Lanço minha moeda pro alto
aposto que alguns te esquecerão com a memória
mas te lembrarão com o coração
algumas pessoas tem dessas coisas
 os que foram cativados
por essas nuances tuas
também não te esquecerão.

O pensamento ardiloso,
como se derrubasse portões,
invadisse caminhos perdidos da tentação
e longe de tudo a ponderação,
a compreensão, a apresentação
alguns não te rebaterão,
e é por isso que não te esquecerão...

Haverá um pedaço de ti
em cada palavra
talvez em cada canção
talvez nos toques das mãos
e alguém em algum lugar
feche os olhos
morda os lábios
emita um gemido
estará pensando em você.

As senhoritas te defenderão
e dirão que já passastes por muitas coisas,
essas jamais, jamais te apagarão
mesmo que te odeiem.

Mas eu sempre te verei,
como o cara daquela canção.
Um tipo de trapezista,
balançando-se para lá e para cá
sem cair,
sem decidir descer do trapézio,
parte do circo
parte do entretenimento
e observando o tempo todo
Que hilario é o mundo
Todos acreditando que você
entretinha todo mundo,
e ao contrário.
Era o trapezista que se entretinha com o mundo.

Talvez por isso eu escreva
se minha memória se perder
nos caminhos da minha amarga loucura...
Que minhas palavras não esqueçam você.

Sem descanso

As minhas horas de sono não bastam
o meu caminho de pedra agride meus pés
E de tanta dor não quero mais caminhar.
a escuridão com a qual eu convivo
o frio que eu sinto todos os dias
a escassez de alegria,
a redoma de nostalgia.
Hemingway e se eu me juntasse a ti?

A dor me levará certamente
para onde não e nunca houve nenhum sobrevivente
como naquela música sobre o domingo sombrio.
Naquela floresta
de onde apenas os corpos que se encontram retornam.
Será que ficariam zangados comigo?

Abrigo-me nas sombras.
Meu coração e eu já não ouvimos nada
Meus dedos apagaram as luzes
meus olhos cegaram-se de vez.
meus lábios procuram oração,
meus joelhos se rasgam no chão
e minha alma não para de chorar.
Mas não deixem saber que chorei.


As minhas horas de sono não bastam,
As minhas horas de dor não me acalmam...
Tudo fica assim,
meio escuro, sombrio...
como o domingo daquela música...
Caso não me encontrem. nunca mais..
embora saibam que me fui chorando
pensem em mim nas poucas vezes
em que com vós
eu estive sorrindo.

Ninguém nunca para o Trem

Pare o trem por favor,
os cachorros estão na trilha
correndo por sobre os trilhos
divertindo-se, brincando...
eles estão felizes.
e isso aqui não vai parar.

Pare o trem por favor,
um pouquinho de piedade.
Os bichos não vão sair
Eles não reconhecem o perigo
Eles brincam e eles correm
de lá para cá...
Eles não estão com medo.

Pare o trem por favor,
a distância está sendo vencida...
Eu conheço bem essa proximidade
Por favor pare o trem.

Mas o trem, o trem não para,
Segue por sobre os trilhos,
e eu sinto a sensação desesperadora
e a lágrima correndo na minha face
e o gosto amargo na boca.

E assim como a vida.
O trem nunca para,
E quando chega ao final
Há somente restos
e muito sangue para trás.
Pobres cachorros.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Eles

Eles são tempestades em noites de lua cheia
Caminhos seduzíveis de lugares barulhentos
Mistérios entorpecentes, geradores de ideias
Curvas afrodizíacas de gestos sendentos

às vezes são como sol surgindo num dia nublado
riso e frescor da primavera
companhia, sinfonia, e juntos um grande concerto.
Sons indiziveis, imagens irreproduziveis- transformações de si mesmos. - Quimeras.

Eles sabem mais do que sabem saber
Expurgam do mundo interior o que sentem
Um fala do mundo rotineiro com sabedoria
O outro transmite metáforas, de momentos que convém.

Falam com facilidade do que os olhos viram
os sentidos sentiram,
do que a mente imaginou,
tornam-se poetas do que ainda
ninguém nesse mundo falou.

Os dois são como estrelas da madrugada
falantes silenciosos, para quem sabe os interpretrar
São personalidades de sintonias fortes e variantes
Encantam com suas sucintas maneiras de pensar

São numeros que não se completam
mas de algum modo veio se completar.
Palavras que nesse vasto universo
um universo de rascunhos veieram criar.

Eles são pedaços de caminhos tortos, à medida que decoram-se
Mares poéticos que transmitem seus universos ferventes
São canções belas, ditadas pelas suas almas
De todas as ideias recônditas que aplaude à mente.

São inteiros que se dividem em pedaços,
e por ventura pedaços distintos que se juntam e tornam-se inteiros.
O mar e a luz, num unico compor.

Eles preenchem todos os cantos vazios
De forma a ressaltar as suas eficiências
Escrevem a manifestação dos seus sentidos abstratos
E emanam a importância de suas essências.

Eles estão por aí,
histórias de si mesmo mesclados com o mundo
uma abstração concreta...
Um sentir
Se algum dia, alguém contar em versos sobre esses poetas,
Certamamente todos pararão para ouvir.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Tal como respirar

Tava ali sentada no cantinho,
perto da porta de vidro
pressionando o dedo na dobradiça
Não havia porquê.
Puxei o caderno sobre a minha perna
trouxe a caneta
mordi a tampa.
e escrevi.
E depois pensei
Por que to fazendo isso?
Havia alguma necessidade
Na luz que queria entrar e não podia,
Escrever deve ser isso
Querer e não poder
anemia dos desejos
tontura soberba de palavras amenas
Estrelas do céu
Papel, papel, papel.
Rainha desenhada
Escrevi algumas palavras
e pensei é como respirar...
Escrever é necessário
Tal como respirar.

Seja lá porque, estou aqui.

Seja lá porque fui.
Fui pra um lugar me encontrar e não me encontrei
porque fui
e atravessei as ruas,
e esperei pacientemente o sinal vermelho
e sacrifiquei um ou dois fios do meu cabelo
E esperei
e ficou verde
e atravessei a rua.

Seja lá porque esperei a matilha passar,
e fui me juntando a ela
meio tímida, meio escondida
vergonha de mim.
planificada, com sonhos de metal.

Seja lá porque não tive fome
nem vontade de comer.
Seja lá porque errei o primeiro verso,
porque errei com o primeiro verso
e vim errando desde então.

Seja la por qual motivo
seja.
Mas eu estou aqui.

Sem asas

Desenhados feito pássaros,
desenhados com o desejo
Insano do voo
Desenhados, balanceados.
e cada tentativa de voo
quebrados ficavam
Mas quem nasce para voar
mas quem nasce para voar
Quem nasce para alcançar o céu,
quem nasce para ter liberdade
não se contenta com
a prisão que é o chão
desenhados para o voo.
para desbravar o céu.
as estrelas e o luar.
Desenhados para ver
o mundo lá de cima
e nesse desenho que deus criou
só faltou mesmo as asas.

Crueldade

Parece cruel.
mas não é cruel.
Cruel foram as bombas...
as minas, os explosivos
que espalharam por todo meu corpo
e todo meu ser.
E é isso que eu sou.
Uma bomba relógio
em contagem regressiva,
prontinha pra explodir meio mundo.

Parece cruel,
mas cruel é sentir.
cada uma dessas bombinhas
explodirem cá dentro de mim.
efeitos e tremores
que culminam no silêncio
na chuva, na tristeza e na solidão.

Parece cruel,
Julgue o quanto quiser,
mas cruel foi sentir a dor
que eu senti,
e essa mesma dor me apodreceu.
Em mim nada mais brota...
e isso é muito cruel.

Teremim

Apagado da história
Ninguém nem sabe que existiu,
Perdido entre espaços
Como criou-se nem se sabe
Há certo mistério
Há certo borrão
Melodia essa de onde veio?
Quem ouviu ressoar?
Quando ouviu?
Quem ouviu?
Era o som de um Teremim
Um Teremim
abandonado no tempo,
meio assombroso
meio mágico,
meio obscuro,
e conquistador.
Tocar sem tocar
e reproduzir
apenas com a posição das
mãos
a melodia fantasmagórica
que assusta mais retém.
E retém...
Sou eu,
Tal qual um teremim...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Cacos

Ouvi de novo o estilhaçar
tão comum aos meus ouvidos.
Vi os cacos se espalharem.
Tão comum aos meus olhos
Sai catando os pedaços...
como sempre acontecia ao fim.
Quebrou-se novamente minha alma...
E lá vou eu remendar...
Coloco pedacinho por pedacinho.
Mas no fim eu sei,
algum pedacinho ainda há de faltar.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Ele se inspira, eu escrevo

Ele é como um abraço
e tem cheirinho de Mucilon
e quando vem meu mundo
fica acolchoado.

Tem dias que tudo o inspira
mas ele fica ali
resistindo a escrever,
até minha rústica pintura
e me diz das minhas cores
das que escolho
e as sente
e as define
é como andar descalço.

E tem dias por outro assim,
como os de hoje
que até um codinome
que vem como beija-flor
o inspira sem boa noite
e ele fica ali resistindo a escrever...
mas poeta é assim
faz versos sem perceber

e me lê
e me diz
que meu jeito é assim
como beber água num copo
limpo.
Ah esses poetas...
que seria de mim,
sem eles?!

Moedinhas


Eu era como aquele garotinho
Que achava que com uma moeda de um real
Podia comprar o mundo
Então passou a juntar muitas moedinhas num cofrinho
Como se fosse um milionário
Para dar um mundo
Diferente pra cada um.

E então um
Dia esse garotinho
Quebrou seu cofrinho
Quando acreditava que podia
Comprar um mundo para cada pessoa que conhecia e saiu para a compra.

Quando voltou
juntou os cacos do cofrinho
e pensou que o mundo era caro
demais.

moedas não compram o mundo.
Dinheiro é só mais uma ilusão.

Desperdiçada

Como água no chuveiro
gotas quentes descendo por um corpo frio.
A quietude de um domingo à tarde
molho de pimenta no pastel de frango
vendido por um cara na feira
que não era chinês.
Arde.
Eu tiro os sapatos e ando pela casa,
esquadrinhando os momentos
os sentimentos
os beijos e as pontas dos dedos.
lixo as unhas...
esqueço o diagrama
desenhado no céu,
renego a pátria.
Não falo nenhum idioma,
e quando a noite vem,
eu me escondo na sombra,
se eu fumasse acenderia um cigarro.
E leio
e choro baixinho.
No próximo domingo será o mesmo.
Minha mãe vai ligar
e dizer que eu deveria fazer mais.
-A vida minha é um desperdício.
Fosse outro,
fosse outra faria melhor.
Mas algumas vidas nascem para ser desperdiçadas.
Eu vim,
e foi por isso
para compensar os excessos
da falta de desperdícios.