domingo, 15 de junho de 2014

Não abra

Caixas e caixas e mais caixas
repletas de coisas.
Negrume, cinzas, fumaças
restos mortos de coisas vivas
Restos vivos de coisas mortas,
Atrocidades de um corpo
penitência de uma alma.
Preso em caixas!

Caixas,
qualquer lugar de onde não se pode sair é uma prisão
Caixas,
fechadas,
lacradas.
Como meu corpo,

Meu corpo era uma caixa
na minha boca uma mordaça,
um aviso escrito com sangue:

"Más lembranças,
péssima vida,
ausência de coração"
Não abra por favor.

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