domingo, 14 de setembro de 2014

Lentamente

Deixar de me perder porque estou longe
desistir de me encontrar porque estou perto
Dos sinos da igreja
das música que ignoro
do querer sem o querer
das asas que quero pra voar.
Deixar de buscar o que já foi encontrado
Deixar de amar o que já é amado
eu gosto das primeiras impressões
dos processos
e da escuridão.
Final tão triste é..
Como machucado no pé...
Incomoda ao andar!
Mas é bom,
agonia nenhuma é bom continuar!
Deixar de me perder
deixar de me achar
me minimizar
Diminuir..
até meu bem...
até quem sabe
eu desaparecer!

Dos Sonhadores

O que os sonhadores sonhavam antes de nós?
Será que teriam virtudes melhores,
Perspectivas maiores
eu sonho e sonho
para decaptar o sonho
e velas  iluminam
e queimam, por quê?
A chama é o sonho,
e a vela é o viver,
que derrete ao aumentar das chamas
Baby, o que fazemos
se é de sonho que morremos?!

Disse o poeta: "No escuro da noite todas as rosas são negras."
Disse o pensador: "Os sonhos são ferramentas que a consciência insiste em não usar."
Disse o sonhador: "Todos os meus sonhos são no escuro."
Disse o profeta: "Orai pelos anseios do teu íntimo sob a luz de uma vela purificada."
Rosas...
Sonhos...
E velas.
Cores...
Desejos...
E trevas.
O que somos nós se não poetas que pensam nos sonhos como se fossem profecias?
O que seria de nós se não tingíssemos de poesia as rosas que se camuflam na escuridão de nossas velas apagadas em cada sonho que abandonamos?
Nós, que já nos perdemos entre a realidade e a ilusão...
Nós, que já trocamos e reviramos nossos sonhos...
Nós, que já curvamos os joelhos em preces...
Nós, que habitamos este mundo de tolos que abdicaram a fantasia e se escravizaram pelas promessas do talvez!
O que os sonhadores sonhavam antes de nós?
Será que teriam virtudes melhores,
Perspectivas maiores?
Ou eram apenas sonhadores no escuro das incertezas?
Se os sonhos são apenas instrumentos, façamos da vela o instrumento da chama que nos ilumina.
A chama é o sonho,
e a vela é o viver,
que derrete ao aumentar das chamas que consome de nós essa pobre realidade.
Eu sonho e sonho
para decaptar o sonho
enquanto as velas iluminam
e queimam, por quê? Pra quê?
Por quem?
A vela que sucumbe a chama
Não deixa de existir
Apenas se transforma
Numa rígida camada sobre os altares do que desejamos sem saber.
Assim como no escuro do não sonhar
Uma vela sem chama é invisível, nós enquanto vazios de nossa própria poesia, somos apenas orações que jamais serão atendidas... Rosas que jamais serão apreciadas.
Não importa o quão fustigante seja a realidade, nem quão distante seja a fantasia...
O mais importante que nos permitamos queimar.
Mas baby, o que fazemos
se é de sonho que morremos?
Nós morremos...
Mas morremos com o prazer de sonhar!
Permita-se ser a poesia tremulaste que revela os segredos dentro das sombras.
Deixe a chama queimar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A gente vai...

A gente vai colidir
a lágrima e o sorriso vão se juntar
o adeus e a chegada vão se aproximar
eu vou ter coragem pra falar
Um nome qualquer.

A gente vai colidir
misturar, se unir
E chorando, gritando
não aceitando
a gente vai aceitar sorrir.

Sorrindo vou assim seguindo
as paralelas do meu/teu viver
O caos do existir
Na monotonia de todos os dias

Dias que nunca passam
No abstrato é tua pintura
auto retrato biográfico
fixado numa parede qualquer
esquecido ente um sorriso e outro.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Dos medos

Mas eu também estou cansada dos meus medos,
sempre contra mão,
sempre caindo.

Caindo, caindo e caindo
São caminhos difíceis de achar
viro meu avesso pra tentar procurar
aquilo que nem ainda ouvi falar

Mas meu avesso não conhece,
meu avesso se encolhe,
nem meu não eu
sabe como contornar..
pra que abrir as asas
se não vou poder voar?!

voar? Como se não sei das asas
Contorno meus medos
achando que não vão aparecer
medo que aliás?
sendo que meu sentimento voa
querendo se libertar,
mas não acha um jeito
devoro em agonia

Mas medo é só agonia
que vem sem avisar
devora isso é verdade
até não poder mais devorar.
Essa desgraçada agonia,
de mãos que tremem sem poder
e a gente esconde
pra que ninguém possa ver
e a gente cai, cai e cai
mas permanece firme
para ninguém perceber.

E ela vem sem avisar
Na sua imensidão
A vontade é guardar o coração na gaveta
Pra não machucar o órgão do amor
Para isentá-lo da dor
Mas quem consegue protege-lo
Não é tarefa fácil
Às vezes vem o desespero
E os sentidos logos se entristecem
Pela impotência da vez.

E por mais uma vez
impera a sensatez
a gente para de respirar
alguns segundos talvez
esconde-se do mundo
temos apenas uns minutos
pra restabelecer
Mesmo quando se continua caindo e caindo e caindo
Pra quê se erguer?